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Agro Negócio

Colheita de milho encarece frete por falta de armazenagem

Com a colheita do milho da segunda safra avançando neste mês de julho, o transporte rodoviário de grãos no Brasil volta a ser pressionado por um velho conhecido: o desequilíbrio entre a velocidade da produção e a lentidão da infraestrutura. O problema começa onde termina a lavoura — ou antes: na ausência de silos suficientes para armazenar o que sai do campo.

Dados recentes revelam que a capacidade estática de armazenagem no Brasil cobre apenas entre 60% e 70% do total produzido. Isso significa que milhões de toneladas de grãos precisam ser escoadas imediatamente após a colheita, mesmo que os preços estejam baixos e os custos de frete, em alta. Nos Estados Unidos, para efeito de comparação, a capacidade instalada equivale a 150% da produção.

Essa defasagem estrutural explica parte da explosão no custo do transporte. Em fevereiro deste ano, o frete entre Sorriso (MT) e o porto de Santos (SP), principal rota de exportação de grãos do país, atingiu o maior valor da série histórica. O cenário foi agravado por fatores como o diesel cotado em R$ 6,50 por litro e a expectativa de uma supersafra que encontrou gargalos logísticos ainda não resolvidos.

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Com o milho agora substituindo a soja como protagonista do escoamento, a previsão é de que o frete volte a subir nas próximas semanas, especialmente em rotas longas entre o Centro-Oeste e os portos. A situação é ainda mais crítica quando se considera que o transporte rodoviário representa quase 70% de toda a movimentação de grãos no Brasil.

A dependência das rodovias não é recente, mas se mostra cada vez mais onerosa. O custo do transporte interno, por exemplo, pode chegar a representar até 70% do valor total para exportar soja até a China. Distâncias médias entre 1.500 e 2.000 quilômetros, combinadas com combustíveis caros e baixa oferta de caminhões em períodos de pico, tornam a conta difícil de fechar para o produtor.

O levantamento aponta que 61% dos agricultores não possuem estrutura própria de armazenagem, e um em cada quatro sequer conhece linhas de crédito voltadas à construção de silos. Sem alternativas, muitos são obrigados a aceitar preços baixos ou repassar a carga com urgência para evitar perdas.

Apesar de avanços no uso de hidrovias no chamado Arco Norte e de pequenos incrementos no transporte ferroviário — que passou de 20% para cerca de 23% em uma década —, os modais alternativos ainda não acompanham o ritmo da produção agrícola, que cresceu mais de 40% no mesmo período.

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A recente projeção da Companhia Nacional de Abastecimento indica que a safra brasileira de grãos deve alcançar 339,6 milhões de toneladas, um salto de 14% em relação ao ciclo anterior. Mas sem armazenamento nem modais diversificados, essa abundância se transforma em sobrecarga logística.

Fonte: Pensar Agro

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Golpes digitais no campo: prejuízos chegam a R$ 71 bilhões

Os golpes digitais têm atingido cada vez mais brasileiros, inclusive no meio rural, provocando perdas que já somam R$ 71 bilhões. Segundo levantamento do Instituto DataSenado, 1 em cada 4 brasileiros acima de 16 anos sofreu fraude digital nos últimos 12 meses, o que representa cerca de 24% da população.

Os golpes digitais no meio rural não apenas geram prejuízos financeiros, mas podem comprometer negócios agrícolas, cadeias de fornecimento e contratos comerciais. Produtores e cooperativas devem adotar medidas preventivas e monitorar constantemente suas transações digitais.

Como os golpes acontecem

No campo, produtores estão expostos a diferentes tipos de fraudes:

  • Phishing: mensagens por e-mail ou aplicativos que tentam obter senhas e dados bancários;

  • Falsos fornecedores: contatos se passando por empresas ou compradores para solicitar pagamentos antecipados;

  • Golpes de investimento: promessas de retornos rápidos em produtos ou serviços agrícolas que não existem;

  • Uso indevido de dados pessoais: abertura de contas, dívidas ou movimentações financeiras sem autorização do titular.

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A combinação de acesso limitado à internet, confiança em contatos recebidos e pouca familiaridade com segurança digital torna o produtor rural particularmente vulnerável.

Como se proteger

Especialistas recomendam algumas práticas básicas para reduzir riscos:

  1. Verificar remetentes e links: nunca clicar em links ou abrir anexos de fontes desconhecidas;

  2. Senhas seguras e diferentes para cada serviço: utilizar combinações complexas e autenticação em dois fatores sempre que possível;

  3. Desconfiança de ofertas vantajosas: se parecer bom demais para ser verdade, provavelmente é golpe;

  4. Atualização de sistemas e antivírus: manter computadores e smartphones protegidos com softwares confiáveis;

  5. Educação digital: acompanhar treinamentos e orientações sobre fraudes e cibersegurança.

Fonte: Pensar Agro

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