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Debate sobre taxação do agro continua e Aprosoja reforça contrariedade

Fortalecimento Institucional

Debate sobre taxação do agro continua e Aprosoja reforça contrariedade

Audiência pública discutiu impactos da extinção da Lei Kandir para produtores rurais e para o Estado


Helder Faria

04/12/2018

A discussão sobre a taxação da agropecuária e a extinção da Lei Kandir continua em Mato Grosso. De um lado, parlamentares buscam justificativas para a extinção da lei com o argumento de que o setor não paga impostos. De outro, as entidades representativas mostram dados que explicam o quanto o agro contribui para o Estado.

 

Uma audiência pública foi realizada na quinta (29), na Assembleia Legislativa, para debater o assunto com a sociedade. O Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea) apresentou dados que demonstram a evolução econômica do agronegócio, custos de produção e os impactos que novas taxações podem gerar para o desenvolvimento do estado.

 

Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Antonio Galvan, as contas que estão sendo apresentadas à sociedade mato-grossense não são realistas. “Se os economistas fizerem as contas reais verão que a extinção desta lei não resolve o problema do Estado. E se isso acontecer, os produtores rurais começarão a restituir os créditos de ICMS, que agora eles renunciam, e verão que a conta é muito menor”, disse em entrevista a um site de notícias.

 

O argumento dos favoráveis à extinção da lei é que o estado vizinho, Mato Grosso do Sul, aprovou uma legislação que obriga os produtores rurais a deixarem parte de sua produção no mercado iterno, não vendendo para exportação. Para Galvan, o frete já é uma justificativa para mostrar que o caso não se aplica a Mato Grosso.

 

“É só analisarmos quanto custa mais que Mato Grosso do Sul para colocar a nossa produção nos centros consumidores ou nos portos. Temos uma média de mil quilômetros de distância dos municípios produtores de Mato Grosso em relação ao Mato Grosso do Sul. Então, quanto custa a mais para colocarmos os produtos lá? Sempre falei que pagaríamos ‘com gosto’ se pudéssemos trazer os portos ou os consumidores mais perto”, enfatiza o presidente.

 

Galvan reforça que são diversos pontos que precisam ser avaliados, como a instabilidade do setor da agricultura em Mato Grosso. “Nosso setor é instável, plantamos a lavoura com o dólar alto e agora o câmbio retraiu. O mercado estagnou por causa da tabela do frete. No ano passado, nesta época, tínhamos em torno de 67% da produção vendida. Agora, estamos em torno de 35% da produção comercializada. Além de tudo, não é o produtor rural que faz o preço do seu produto, não vende ao preço que deseja para cobrir os custos. É regulado pelo mercado”, explica.

 

Para o presidente da Aprosoja, o próximo governo, de Mauro Mendes e Otaviano Pivetta, deve gerir os cofres públicos com eficiência para que o Estado entre no rumo certo e diminua suas dívidas. “É preciso ir na ferida. Não é possível um reajuste – que acho digno, sim, mas de 75% de aumento na folha de pagamento do Estado nos últimos três anos. O próprio repasse dos poderes é absurdo se comparado com outros estados. Mato Grosso gasta em torno de 14% com os poderes, enquanto Rio Grande do Sul e Paraná, 6% cada”.

 

Ele ressalta que tem plena confiança na capacidade dos novos gestores, mas salienta que o setor não pode pagar a conta “na marra”, só porque o Estado não consegue gerir seus gastos. “Ninguém, na sua economia doméstica, consegue sobreviver tanto tempo gastando mais do que ganha. O Estado também não pode”, finaliza.

 

Fonte: Ascom Aprosoja


Assessoria de Comunicação

Contatos: Telefone: 65 3644-4215

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Agricultura

Aprosoja-MT acusa Moratória da Soja de cartel e pede investigação ao Cade

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) protocolou um pedido formal ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para investigar práticas comerciais das empresas signatárias da Moratória da Soja. A entidade argumenta que o pacto, firmado em 2006 para conter o desmatamento no bioma amazônico, transformou-se em um mecanismo de exclusão econômica que viola o princípio da livre concorrência e prejudica os produtores que seguem a legislação ambiental.

A principal queixa da Aprosoja-MT é que a Moratória extrapola o Código Florestal, que permite o uso de até 20% das áreas de floresta na Amazônia Legal para produção, desde que estejam devidamente licenciadas. No entanto, segundo a entidade, as tradings signatárias da moratória, que representam 90% do mercado, recusam-se a comprar soja cultivada nessas áreas legalmente abertas, adotando a política de “desmatamento zero”.

Lucas Costa Beber, presidente da Aprosoja-MT, critica o impacto econômico do acordo, que afeta diretamente 65 municípios e 2,7 milhões de hectares no Mato Grosso. “Quando desprezou o direito dos agricultores, a Moratória da Soja deixou de ser uma solução ambiental para se tornar um obstáculo ao progresso econômico de regiões inteiras”, afirmou Beber. A entidade calcula que as restrições resultam em perdas superiores a R$ 20 bilhões.

No pedido, a Aprosoja-MT sustenta que a Moratória configura um cartel de compra, no qual as tradings atuam de forma coordenada para limitar a comercialização da soja e controlar preços, ferindo a livre iniciativa e os princípios constitucionais da economia de mercado.

Sidney Pereira de Souza Jr., advogado da Aprosoja-MT, afirmou que a investigação pode comprovar a existência de um boicote coletivo. “Há indícios claros de uma atuação coordenada que restringe o mercado e prejudica milhares de agricultores, que têm o direito de ver sua produção reconhecida e comercializada de forma justa.”

A Moratória da Soja foi criada como um compromisso entre empresas, ONGs, governo e sociedade civil para evitar desmatamentos ilegais no bioma amazônico, impondo restrições à compra de grãos cultivados em áreas desmatadas após 22 de julho de 2008. Contudo, a Aprosoja-MT alega que o pacto impõe barreiras supralegais aos produtores que cumprem o Código Florestal, estabelecendo critérios adicionais que não têm respaldo na legislação brasileira.

A entidade ressalta que o Código Florestal, aprovado em 2012, já estabelece regras claras para a proteção ambiental e o uso da terra. “O acordo da moratória pune quem age dentro da legalidade, o que é inaceitável. Precisamos garantir que a legislação nacional seja respeitada, e não suplantada por critérios impostos unilateralmente”, disse Beber.

Leia Também: Setor sucroalcooleiro já moeu quase 620 milhões de toneladas nesta safra

 

Câmara dos Deputados e Senado já haviam solicitado ao Cade a abertura de uma investigação sobre o impacto da Moratória da Soja, apontando possíveis violações à livre concorrência. A Aprosoja-MT reforçou esses pedidos com novos dados técnicos e pareceres jurídicos, argumentando que o pacto compromete o desenvolvimento econômico das comunidades locais e prejudica o mercado nacional de soja.

Com o Mato Grosso ocupando posição de destaque na produção global de soja, a investigação do Cade pode ter amplas repercussões no setor, impactando não apenas o agronegócio brasileiro, mas também o comércio internacional de grãos.

Fonte: Pensar Agro

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