Mato Grosso
Desenvolve MT injetou mais de R$ 8,4 milhões em micro e pequenas empresas em 2018
O fomento de micro e pequenos negócios por meio de linhas de crédito é uma das missões da Agência de Fomento do Estado de Mato Grosso, a Desenvolve MT. E não é por menos: dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostraram que das 852 mil vagas de emprego oferecidas em todo o país, em 2018, mais de 83% foram ofertadas por micro e pequenas empresas, demonstrando o crescimento e a força do setor.
Ao todo, a Desenvolve MT realizou no último ano quase 180 operações de crédito, totalizando mais de R$ 8,4 milhões disponibilizados ao micro e pequeno empresário. Entre as operações com maior destaque estão as modalidades Fungetur, que é o financiamento de bens e projetos na área de Turismo, com um total de R$ 2,4 milhões liberados e o Desenvolve Agro, com um total de R$ 1,6 milhão.
Assim como as linhas de crédito oferecidas ao turismo e ao agronegócio, a Desenvolve MT também fomenta as áreas de transporte, indústria e agroindústria, com o Fundeic, e oferece soluções até mesmo para quem deseja financiar o capital de giro de sua empresa.
O diferencial da agência de fomento em relação a outras instituições financeiras está relacionado principalmente às condições de pagamento. A taxa de juros, o prazo de carência e os valores financiados são mais atrativos do que os praticados no mercado.
Foi justamente as taxas de juros mais baixas que despertaram o interesse da empresária Elisete Muniz, de 40 anos. Há mais de 20 anos Elisete produz bolos na cidade de Nossa Senhora do Livramento. A tradição e o capricho fizeram a empresária conquistar clientes até mesmo na Capital, mas, há algum tempo, ela precisava de uma ajuda para a compra de mais materiais para expandir a produção.
Logo que ficou sabendo da “Giro Mais”, que é a linha de financiamento de capital de giro ofertada pela Desenvolve MT, ela procurou a agência e não teve dificuldades para conseguir o financiamento de R$ 15 mil. “Com o dinheiro, você consegue mais dinheiro”, destacou Elisete, que passou então a produzir de 20 a 30 kg de bolo por final de semana e a garantir o negócio da família.
A realidade de outros empreendedores também foi transformada em 2018, como é o caso de Valdir Fragoso, que possui uma pequena empresa de brinquedos, localizada no bairro Quilombo, em Cuiabá. O microcrédito no valor de R$ 8 mil ajudou na compra de material para a produção de brinquedos e, consequentemente, na geração de mais empregos em sua pequena fábrica.
Hoje já são seis funcionários na linha de produção e agora ‘seo’ Valdir quer contratar de seis a oito vendedores para levar sua produção para ser comercializada nas praias do Rio Grande do Sul, onde o empresário diz que a concorrência é menor.
“O microcrédito é um ótimo apoio para nós, os pequenos, e representa um avanço para o estado. Agora eu vejo que o meu negócio está prosperando e estou muito satisfeito, tanto que já é o segundo financiamento que faço pela agência”, contou Valdir.
E não é só no Vale do Rio Cuiabá que a Desenvolve MT tem fomentado a economia. Empresários de outros municípios também são atendidos diariamente, como no caso de “seo” Albino dos Santos Filho, de 75 anos, que possui uma empresa de comercialização de castanha-do-pará e produtos naturais em Alta Floresta.
A agência de fomento ajudou o empresário no financiamento de maquinários específicos para a produção do óleo da própria castanha, além de ser atendido pelo setor de Prospecção e Projetos, que o auxiliou na abertura de uma cooperativa para a exportação do produto. E aos 75 anos o exemplo de empreendedorismo de Albino tem sido passado adiante.
“Eu vivo o empreendedorismo em sua essência e estou dando exemplos diários para que os meus filhos tenham comportamento empreendedor desde agora”, pontuou o pequeno empresário.
Atendimento
Para conhecer mais sobre as linhas de crédito oferecidas pela Desenvolve MT, o atendimento presencial é realizado de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h; e das 13h às 18h, no Edifício Top Tower, Av. Historiador Rubens de Mendonça, Nº 2368, salas 1 e 2 (térreo), Bosque da Saúde, Cuiabá/MT. Outras informações: (65) 3613-7900 ou pelo site www.desenvolve.mt.gov.br.
Agricultura
Redução de custos impulsiona expectativas para a safra 24/25 em Mato Grosso
Em meio a um cenário desafiador marcado por preços baixos, custos elevados e margens apertadas, os produtores agrícolas de Mato Grosso encontram motivos para uma cautelosa otimismo com a divulgação dos dados recentes sobre os custos de produção para a próxima safra.
De acordo com o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (IMEA), os gastos estimados para a produção da safra 2024/2025 registraram uma diminuição significativa durante o mês de março de 2024. O custo estimado para a temporada alcançou R$ 4.098,87 por hectare, apresentando uma queda de 1,25% em relação ao mês anterior. Essa redução foi impulsionada principalmente pela desvalorização de 2,54% nos preços dos fertilizantes e corretivos, aliviando um pouco a pressão financeira sobre os agricultores.
No detalhamento dos custos, o Custo Operacional Efetivo (COE) foi calculado em R$ 5.627,92 por hectare, representando uma redução mensal de 1,11%. Já o Custo Operacional Total (COT) também apresentou um recuo de 1,00% em comparação com a estimativa de fevereiro de 2024, projetado em R$ 6.233,75 por hectare.
Entretanto, apesar da queda nos custos, a análise do Ponto de Equilíbrio (PE) revela que os desafios persistem para os agricultores. Para cobrir o COE, os produtores do estado precisarão produzir, no mínimo, 57,09 sacas por hectare, enquanto para o COT, a necessidade é de pelo menos 63,24 sacas por hectare na próxima temporada. Esses números destacam a importância de uma gestão eficiente e de estratégias de produção mais assertivas para garantir a rentabilidade das operações agrícolas.
Uma consequência visível desse cenário é a redução na área ocupada com determinadas culturas. Um exemplo disso pode ser observado em Água Boa, onde houve uma queda impressionante de mais de 50% nas lavouras de milho. Na safra passada, foram plantados 58 mil hectares, enquanto para a temporada atual, a área diminuiu para 26 mil hectares. Essa redução pode refletir as decisões dos agricultores em ajustar suas estratégias de plantio frente às condições econômicas desafiadoras.
Diante desse contexto, as atenções permanecem voltadas para os investimentos dos produtores na próxima safra. As incertezas em torno dos preços, custos e condições climáticas exigem uma abordagem cuidadosa e estratégica por parte dos agricultores, que buscam equilibrar a produtividade com a sustentabilidade financeira de suas operações. A busca por eficiência e inovação se torna ainda mais crucial para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que se apresentam no setor agrícola de Mato Grosso.
Fonte: Pensar Agro
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