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Agro Negócio

Embrapa desenvolve bioinsumo que promete recuperar pastagens

A Embrapa Agrobiologia (RJ), em parceria com a empresa Agrocete, desenvolveu um novo bioinsumo que poderá transformar o manejo de pastagens no Brasil a partir de 2026. O produto, que combina três estirpes bacterianas promotoras de crescimento vegetal, visa aumentar a produtividade, melhorar a qualidade das forragens e reduzir a dependência de fertilizantes químicos, especialmente os nitrogenados.

O produto, classificado como um inoculante multiforrageiras, é formulado a partir da combinação de três estirpes bacterianas — Bradyrhizobium, Azospirillum e Nitrospirillum — capazes de promover o crescimento vegetal e a fixação biológica de nitrogênio, mesmo em áreas sem leguminosas. Essa composição versátil permite sua aplicação em diferentes tipos de pastagens, incluindo gramíneas, o que amplia a praticidade para o produtor e o potencial de mercado da solução.

O novo bioinsumo chega em um momento crítico: o Brasil possui cerca de 159 milhões de hectares de pastagens, sendo que aproximadamente 78% apresentam algum grau de degradação. Isso representa mais de 100 milhões de hectares com baixa produtividade e perda de capacidade forrageira. A tecnologia surge como alternativa sustentável à tradicional adubação química, especialmente a nitrogenada, cuja produção e aplicação geram impactos ambientais e elevam os custos de produção.

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Além de recuperar áreas degradadas, a inovação contribui diretamente para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE) na pecuária. Estudos demonstram que práticas como o consórcio de gramíneas com leguminosas — viabilizadas pelo inoculante — podem reduzir em até 30% as emissões, ao mesmo tempo em que aumentam o sequestro de carbono no solo. A combinação de microrganismos também favorece o enraizamento das plantas, melhora a fertilidade do solo e estimula a circularidade de nutrientes, criando um sistema mais equilibrado e resiliente.

O bioinsumo já apresentou, em testes de vegetação, ganhos superiores a 30% na biomassa vegetal, o que motivou o início das validações agronômicas em campo e o processo de registro para comercialização. A expectativa é que, além de beneficiar pecuaristas tradicionais, o produto tenha grande impacto em sistemas integrados de produção, como Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e projetos voltados à pecuária regenerativa.

Com a adoção de tecnologias como essa, o setor pecuário pode avançar em direção a uma produção mais eficiente, competitiva e ambientalmente responsável, sem ampliar a fronteira agrícola e com benefícios econômicos para o produtor rural. O novo inoculante se apresenta, portanto, como uma ferramenta-chave para conciliar produtividade e sustentabilidade no campo.

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Fonte: Pensar Agro

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Agro Negócio

Decreto regulamenta BR do Mar e abre exportações pelo Rio Paraguai

O governo publicou nesta quarta-feira (16/07) o Decreto 12.555/2025, que regulamenta o programa BR do Mar e moderniza leis anteriores para transformar a navegação fluvial e marítima em modal eficiente de escoamento. A medida representa um avanço significativo para o agronegócio, que ganha opção com menor custo logístico e menor impacto ambiental.

Com a nova regulamentação, rotas como o Rio Paraguai passam a conectar os portos de Corumbá, Ladário e Porto Murtinho (MS) e projetos em Cáceres (MT) ao Atlântico Sul por meio de terminais no Paraguai (Villeta e Concepción), na Argentina (Rosário) e no Uruguai (Nueva Palmira). Essa articulação multimodal pode reduzir o custo do frete em até 60% e cortar até 80% das emissões de carbono, contribuindo para a agenda de sustentabilidade.

Em números recentes da Semadesc, os portos de Corumbá e Porto Murtinho movimentaram 4,5 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2025, superando o total de 2024. O desempenho reafirma o potencial da Hidrovia do Rio Paraguai para escoar soja, minério, carne e outros produtos agrícolas com eficiência.

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O decreto também autoriza o afretamento de embarcações estrangeiras por empresas brasileiras de navegação (EBNs), com incentivos que privilegiam navios sustentáveis. Essa flexibilização abre espaço para ampliar a frota nacional, estimular a indústria naval e inserir agentes de menor porte no setor.

Segundo a Infra SA, a cabotagem hoje representa apenas 11% do transporte de cargas por navio no país. A expectativa é elevar esse indicador para cerca de 15% em até dez anos com o BR do Mar. O impacto positivo pode chegar a uma economia anual de R$ 19 bilhões em frete, com até 40% de vantagem sobre o modal ferroviário e 60% sobre o rodoviário, além de redução de emissões de gases de efeito estufa.

Para o agronegócio, essa mudança significa resgatar a ideia de utilizar os rios como verdadeiras “avenidas de exportação”. Produtores e exportadores da região Centro-Oeste poderão escoar parte da produção permitindo escoar matéria-prima e produtos com mais competitividade e previsibilidade, aliviando as rodovias já sobrecarregadas.

A proposta atende demandas de entidades do setor, que apontam que o transporte rodoviário encarece a produção e desfavorece a competitividade internacional. Com o novo marco, integra-se o Brasil em uma estratégia logística intermodal mais sustentável e eficaz — com impactos positivos no desenvolvimento regional, geração de empregos e preservação ambiental.

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Em sua página no Linkedin (leia aqui) o presidente do Instituto do Agronegócio comenta a importância desta regulamentação para a logística do agronegócio.

Fonte: Pensar Agro

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