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Mato Grosso

Repressão a crime organizado, fazendário e ambiental será ampliado pela PJC

Com o objetivo fortalecer as investigações contra as organizações criminosas, crimes contra administração pública, tributários, meio ambiente, corrupção, roubos e furtos a bancos, defensivos, tráfico de drogas e outras áreas de atuação, a Diretoria de Atividades Especiais (DAE) da Polícia Judiciária Civil efetuou mudanças na titularidade de três importantes delegacias.

As modificações foram realizadas pelo diretor de Atividades Especiais, Fernando Vasco Spinelli Pigozzi, em adequação ao planejamento estratégico das ações da Diretoria Geral e alinhando às diretrizes da Secretaria de Estado de Segurança Pública. O objetivo é reforçar áreas prioritárias de repressão qualificada a crimes.

 “As remoções ainda estão ocorrendo com o intuito de fortalecer operacionalmente as unidades, para que possam conduzir investigações sedimentas em inteligência, dando maior robustez aos trabalhos das unidades, dentro de suas atribuições”, declarou o diretor de Atividades Especiais, Fernando Vasco.

As portarias para que os novos delegados titulares e delegados adjuntos assumam os postos vêm sendo entregues desde a semana passada. Ainda nas sete delegacias do quadro da Diretoria de Atividades Especiais também houve remoção interna de investigadores e escrivães.

O diretor de Atividades Especiais, Fernando Vasco, foi delegado geral da PJC no período de 2017 a 2018, cargo que passou a ser ocupado pelo delegado Mário Demerval de Resende, atual delegado geral. Antes de vir para Diretoria, ele atuou como delegado no interior de Mato Grosso, tendo sido regional de Primavera do Leste e delegado em Campo Verde por mais de 11 anos, além passado por outras delegacias do polo regional.

Crime Organizado

A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) volta a ser comandada pelo delegado Flávio Henrique Stringueta, que vai chefiar a unidade investigativa operacional ao lado dos delegados Juliana Chiquito Palhares e o delegado Frederico Ferdinando Murta, que deixou a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP).

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O combate a atuação das facções criminosas, roubos/furtos de instituições financeiras, defensivos agrícolas, entre outras investigações complexas, será ampliado, melhorando a efetividade das ações (apreensões e prisões) e responsabilização criminal dos autores. A identificação dos receptadores de defensivos agrícolas, que alimentam essa cadeia criminal, também terá prioridade nas investigações.   

O delegado Diogo Santana de Souza deixou o comando da GCCO para trabalhar na Secretaria Adjunta de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).

Crimes Fazendários

Na Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) assumiu o delegado Anderson Clayton da Cruz e Veiga (ex-diretor metropolitano) que irá dirigir a Especializada junto com mais seis delegados.

Um deles é o delegado Luiz Henrique Damasceno, que deixou a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), e o outro, o delegado Marcelo Martins Torhacs. O oitavo delegado deve compor a equipe posteriormente.

Um dos principais trabalhos desenvolvidos pela Defaz são as investigações que têm propiciado ao Estado a recuperação de ativos financeiros, decorrentes de desvios de dinheiro público, além das investigações de crimes contra a administração pública,  ordem tributária e os delitos correlatos, como fraudes e corrupção envolvendo agentes públicos.

Meio Ambiente

Para substituir o delegado Gianmarco Paccola Capoani, atual diretor geral adjunto, a Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) ganhou reforço da delegada Alana Derlene Souza Cardoso. Na chefia da Especializada continua a delegada Alessandra Saturnino e também a delegada Liliane de Souza Murata.

A Delegacia do Meio Ambiente desenvolve atividades repressivas contra os crimes do meio ambiente natural e urbano (fauna e flora), nas questões ligadas ao  desmatamento florestal, loteamentos clandestinos, maus tratos de animais, poluição (solo, água, ar e sonora), guarda ou armazenamento de produtos perigosos (óleos), entre outros.

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A Dema também deve intensificar as investigações dos crimes contra a administração pública e tributária, no âmbito ambiental. São duas áreas que terão atenção especial em virtude do prejuízo causado na arrecadação do Estado, em sonegação fiscal de produtos agro-florestais diversos.

Polinter, GOE, DRE e Defron

A ex-diretora Geral Adjunta, Silvia Maria Pauluzi, chefiará a Gerência Estadual de Polinter e o ex-diretor de interior, Wladimir Fransosi, foi lotado na Gerência Estadual de Operações Especiais (Goe) para ser adjunto da unidade, onde permanece o delegado Ramiro Mathias Ribeiro Queiroz.

A Polinter é a unidade da Polícia Judiciária Civil responsável pelo cadastramento e cumprimento dos mandados de prisão expedidos pela Justiça de Mato Grosso e também os enviados por outros Estados para inserção no sistema. A unidade também realiza constantes ações de capturas dos foragidos. No entanto, as prisões decorrentes de cumprimentos de mandados podem (e são) realizadas por policiais de qualquer força de segurança pública de Mato Grosso.

A Delegacia Especializada de Entorpecentes (DRE) continua sendo chefiada pelo delegado Vitor Hugo Bruzulato Teixeira e outros dois delegados adjuntos. A DRE atua em duas principais frentes investigativas: o combate ao tráfico doméstico e o fornecimento de drogas, na repressão ao comércio de drogas nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande e os carregamentos de drogas vindos das fronteiras com a Bolívia e o Paraguai. Esse trabalho resultou, em 2018, na apreensão de 5 toneladas de drogas e 173 prisões de traficantes. 

Na Delegacia Especial de Fronteira (Defron), mantém-se a delegada Cinthia Gomes da Rocha Cupido. A Defron atua em parceria com o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) e também outras unidades policiais e agências de inteligência, nos crimes fronteiriços, especialmente, contra as organizações que atuam no tráfico de entorpecentes, armas e munições.

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Destaque

Captações de córneas realizadas pela Politec em 2024 ajudam 300 pessoas a restaurar a visão

No ano de 2024, a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) ajudou 300 pessoas a voltar a enxergar, através de transplante de córneas realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir da captação dos tecidos de vítimas de morte violenta encaminhadas à Diretoria Metropolitana de Medicina Legal (DMML).

O procedimento é realizado após o exame de necropsia em cadáveres que não possuíam doenças impeditivas pré-existentes, em até 12 horas após o óbito, mediante consentimento da família da vítima. Antes do transplante é feito o exame sorológico pela Secretaria Estadual de Saúde para a detecção de doenças infectocontagiosas que possam inviabilizar o procedimento.

A luz penetra no olho através da córnea, a camada clara e curva na frente da íris e da pupila. A córnea atua como camada protetora da parte frontal do olho e também ajuda a concentrar a luz sobre a retina, no fundo do olho.

A Diretoria Metropolitana de Medicina Legal é o maior centro de captação de córneas do Estado, onde 95% dos tecidos são aptos para o transplante. Conforme o coordenador técnico do Banco de Olhos de Mato Grosso, Alexandre Roque, a parceria diminuiu o tempo de espera para o transplante. Atualmente o paciente espera de uma a duas semanas para a realização do procedimento cirúrgico. No ano de 2024, 150 captações geraram 300 transplantes de córneas.

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“O banco de olhos de Mato Grosso é diferenciado do resto do país justamente pela colaboração da Politec. Nós aproveitamos 95% das córneas do IML enquanto outros Estados que coletam córneas em hospitais aproveitam 30% a 35%. Isso acontece, pois as vítimas encaminhadas à DMML são pessoas que gozavam de perfeita saúde e que morreram por alguma tragédia”, apontou o coordenador. Além da DMML, a captação também é feita no Serviço de Verificação de Óbito, gerido pela Secretaria Estadual de Saúde.

O procedimento de coleta é realizado desde o ano de 2007, sendo regulamentado via termo de cooperação firmado entre as Secretarias de Estado de Saúde e de Segurança Pública e o Banco de Olhos de Mato Grosso.

O transplante beneficia tratamentos de doenças como o ceratocone – que causa coceiras constantes nos olhos, o que modifica a curvatura da córnea causando elevados graus de miopia e astigmatismo que não é possível de serem corrigidas com óculos ou lentes de contato; degeneração corneana, que acomete principalmente a idosos, e ceratopatia bolhosa – uma doença ocular que envolve um edema em forma de bolha na córnea.

Os trâmites para a captação devem ser feitos através da Central de Transplantes da Secretaria Estadual de Saúde, que após contato com a unidade de captação, aciona imediatamente o Banco de Olhos.

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Para que a doação seja efetivada, é preciso que a pessoa em vida manifeste o interesse para a sua família. Contudo, quem decide no momento da abordagem é o familiar, sendo ele de primeiro grau (pai, mãe, filhos, avós, esposas se forem casados em cartório).

Alexandre relata que até a realização da coleta existe uma corrida contra o tempo, do momento do óbito até a autorização para a retirada das córneas.

“Quando a família comparece à DMML para a liberação do corpo, uma psicóloga do Banco de Olhos realiza uma abordagem ao familiar e o acolhe em uma sala reservada onde é explicado sobre a possibilidade de doação das córneas da vítima”, afirmou.

O Estado de Mato Grosso é responsável por todo o procedimento, desde a abordagem, retirada das córneas, preparação, transplante e pós-operatório, realizado de forma gratuita por meio do Sistema Único de Saúde.

O coordenador ressalta a importância do trabalho social realizado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública, por meio da Politec, possibilitando que milhares de pessoas voltem a enxergar. “O IML transforma a dor da perda do ente querido em alegria à população na forma de doação de córnea. É indescritível a emoção e gratidão de todos os familiares envolvidos, tanto dos que doaram quanto dos que receberam as córneas”, finalizou.

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