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AGRONEGÓCIO

Safra de soja recorde em MT: Fatores climáticos associados à escolha de cultivares foram diferenciais para resultado

A Fundação MT ampliou ensaios de pesquisa em busca de informações ainda mais detalhadas e traz orientações

As condições climáticas foram o principal fator para o desempenho excepcional das lavouras na última safra de soja (24/25) e proporcionaram a Mato Grosso o alcance de um novo recorde de produtividade, com mais de 66 sacas por hectare, em média. Esta quantidade representa 14 sacas a mais, no comparativo com a média vista na safra anterior. Os dados são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) e foram apresentados durante a 25ª edição do Encontro Técnico da Soja, realizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), em Cuiabá.

“A relação principal dos bons resultados é com a precipitação e a temperatura”, explicou o consultor agronômico da Fundação MT, Élcio Bonfada. “Tivemos uma melhor distribuição e melhor volume de chuva durante a safra que passou. Aliado a isso, tivemos temperaturas mais amenas. Vale lembrar que na safra 23/24 foram várias ondas de calor, e isso teve um impacto direto sobre a cultura da soja”, completou.

Referência nacional em pesquisa agropecuária, a Fundação MT também oferece consultoria agronômica, apoiando os produtores na tomada de decisões estratégicas. “Nossos clientes, nesta safra, tiveram a maior produtividade histórica da fazenda, seja em área própria ou arrendada. Não estou comparando somente com a safra passada, estou falando da série histórica”, destacou Bonfada. “Analisamos o planejamento agrícola do cliente, as estratégias de manejo, a escolha de cultivares, a época de semeadura e todas as definições relacionadas ao uso de produtos químicos e biológicos com os melhores resultados a campo”, detalhou.

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Outro fator decisivo para a produtividade foi a escolha das cultivares. Para orientar os produtores na seleção, a Fundação MT ampliou expressivamente as amostragens de cultivo nas vitrines de cultivares. A pesquisadora em fitotecnia da Fundação MT, Daniela Dalla Costa, explicou que foram instaladas mais de 1.600 parcelas experimentais em seis áreas de pesquisa pelo estado, nos municípios de Sapezal, Nova Mutum, Itiquira, Sorriso, Primavera do Leste e Alta Floresta. Os ensaios têm o objetivo de responder a perguntas sobre a estabilidade e o desempenho das cultivares em diferentes ambientes

“Esse aumento de ensaios se deve justamente à preocupação que a Fundação tem em gerar resultados e entender melhor a adaptabilidade e estabilidade desses materiais. Assim, conseguimos avaliar diversas condições e ainda a sensibilidade a doenças e pragas, além do potencial produtivo de cada cultivar nas diferentes regiões de produção do estado”, afirmou a pesquisadora.

Desempenho regional

Durante o Encontro Técnico de Soja, os participantes tiveram acesso aos dados regionais das vitrines de cultivares 24/25. O destaque ficou para o experimento realizado no município de Sapezal, que registrou a cultivar com maior produtividade, com 93 sacas por hectare em um ensaio. “Foi um ambiente com uma quantidade de chuvas bem alta, inclusive acima do que estávamos acostumados teoricamente, e também houve o aproveitamento do potencial genético do material”, explicou a pesquisadora Daniela Dalla Costa.

Regiões do estado que voltaram a produzir soja, em áreas que eram destinadas somente para criação de gado ou para integração lavoura-pecuária, também foram alvo de estudos da Fundação MT. Entre elas estão o Vale do Guaporé (sudoeste), Vale do Araguaia (nordeste) e Alta Floresta (extremo-norte). “São ambientes de produção mais novos e que têm características de clima muito diferentes do que nós estamos acostumados no restante do estado”, informou Daniela Dalla Costa.

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No caso de Alta Floresta, por exemplo, a intensidade e a constância das chuvas, combinadas com baixa radiação solar, impõem desafios adicionais ao desenvolvimento das plantas. “Ao mesmo tempo em que há uma melhor distribuição de chuva ao longo da safra, também existe menor radiação solar. Com menos luz, há uma limitação na disponibilidade de energia para o crescimento vegetal”, explicou.

Expectativas para a safra 2025/26

A projeção para a próxima safra é otimista. Segundo Élcio Bonfada, os dados do Imea indicam que Mato Grosso deverá ultrapassar os 13 milhões de hectares plantados com soja na temporada 25/26. “Acredito que, num cenário de neutralidade climática ou até de retorno do La Niña, as condições serão novamente favoráveis. Se o clima colaborar como nesta safra, podemos repetir — ou até superar — os números de produtividade”, avaliou o consultor.

Quanto à escolha de cultivares para o próximo ciclo, a pesquisadora Daniela Dalla Costa faz algumas indicações aos agricultores. “Boa parte dos materiais de soja disponíveis no mercado são novos. Por isso é importante que o produtor busque informações de fontes confiáveis e ainda, observe resultados obtidos em mais de uma safra ou em repetições de ensaios. Também, sempre que possível, a indicação é de que a cultivar seja testada em alguma área da fazenda, nas condições existentes na própria lavoura”, orientou a pesquisadora.

Crédito: Divulgação/ Fundação Mato Grosso

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Agricultura

Mato Grosso lidera produção nacional de arroz de sequeiro, aponta Anuário Brasileiro do Arroz 2025

Mato Grosso se consolida como o maior produtor brasileiro de arroz de sequeiro, também conhecido como arroz de terras altas, segundo dados do Anuário Brasileiro do Arroz 2025, publicado pela Editora Gazeta. O levantamento, baseado em informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), confirma o protagonismo mato-grossense nesse sistema produtivo, que vem ganhando destaque nas regiões centrais do país.

Na safra 2023/24, o estado produziu 337,6 mil toneladas de arroz exclusivamente no sistema de sequeiro, superando outras unidades da federação nessa modalidade. Mato Grosso também registrou a segunda maior expansão de área plantada do país: um aumento de 17,3%, chegando a 112,5 mil hectares cultivados.

De forma geral, o cultivo de arroz no Brasil apresentou recuperação após dois ciclos consecutivos de retração, especialmente em 2022/23. A área plantada total do cereal cresceu 8,7%, atingindo 1,61 milhão de hectares, enquanto a produção nacional teve um incremento de 5,5%, alcançando 10,6 milhões de toneladas, mesmo com uma leve queda de 2,9% na produtividade em razão de adversidades climáticas.

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A secretária adjunta de Agronegócios, Crédito e Energia da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Linacis Silva Vogel Lisboa, destacou que o crescimento do cultivo de arroz em áreas de terras altas representa mais do que um bom resultado de safra, é também uma estratégia para fortalecer a renda no campo.

“É um avanço na diversificação da produção do estado. Trabalhar essa diversificação aumenta a renda e gera uma nova oportunidade de rentabilidade para o produtor. O arroz de sequeiro vem justamente como uma das culturas de 2ª e 3ª safra e fortalece a rentabilidade do produtor”, afirmou.

Embora o arroz irrigado ainda represente a maior parte da produção nacional, com 92% do total colhido, o sistema de sequeiro apresentou crescimento mais expressivo na área plantada (12,7%, contra 5,6% do irrigado) na safra atual (2024/25), conforme dados preliminares da Conab. A produtividade média também tende a subir 5,7%, elevando a produção de arroz de sequeiro para cerca de 1 milhão de toneladas no país.

O bom desempenho do arroz de sequeiro reflete o fortalecimento de práticas como a rotação de culturas e o aproveitamento de áreas de terras altas, especialmente em estados como Mato Grosso, Goiás e Maranhão. Esses fatores, aliados a preços mais atrativos, vêm impulsionando os produtores a investir nesse modelo de cultivo, mais adaptado ao perfil agrícola do Centro-Oeste.

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Fonte: Governo MT – MT

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