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Tabelamento do frete eleva cesta básica e pressiona inflação

Fortalecimento Institucional

Tabelamento do frete eleva cesta básica e pressiona inflação

A aprovação da Medida Provisória 832 vai trazer impacto para brasileiro


Créditos: Vinicius Tavares/Aprosoja Brasil

10 de Julho de 2018

A aprovação da Medida Provisória (MP 832/2018), que prevê o tabelamento do frete para o transporte de cargas, vai trazer impacto no custo da cesta básica do brasileiro e pode provocar aumento da inflação. O alerta foi feito nesta terça-feira (10/7), pelo presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz Pereira, durante entrevista coletiva concedida na Câmara dos Deputados, em Brasília.
 
Segundo ele, o impacto no custo da cesta básica será de 12%. A elevação decorre da paralisação da comercialização de grãos causada pela indefinição no preço do frete após a greve dos caminhoneiros. Os dados constam de um estudo encomendado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
 
De acordo com o presidente da Aprosoja Brasil, o mesmo estudo aponta que a instituição de um preço fixo para um serviço que costuma ter o custo estimado pela lei da oferta e demanda também vai provocar aumento de 2% na inflação anual, furando o teto da meta estabelecida pelo governo.
 
“O setor produtivo é contra o tabelamento do frete. Infelizmente quem vai pagar essa conta é a sociedade. A dona de casa está gastando mais para comprar alimentos. O feijão já está 20% mais caro. Se tiver frete mínimo, voltaremos aos tempos de inflação alta”, afirmou Braz Pereira, que também preside a Federação da Agricultuta e Pecuária de Goiás (Faeg).
 
Impacto no mercado de grãos
 
A greve dos caminhoneiros trouxe impacto direto no mercado de grãos, que está há um mês sem fazer negócios devido à falta de definição do custo do transporte de cargas. Com soja ainda estocada nos armazéns, os produtores estão enfrentando problemas para guardar a segunda safra de milho, que começa a ser colhida em diversos estados.
 
Segundo estimativas da Aprosoja Brasil, as exportações de milho, devido ao represamento da produção, cairão, pelo menos, 10%. “A próxima safra está atrasada em função da paralisação da entrega de fertilizantes e corretivos de solo. Os custos de frete dispararam. O frete para leite aumentou 40% e para soja 30%”, acrescentou.
 
A MP 832/2018 está pronta a ser votada no plenário da Câmara após ter sido aprovada em uma Comissão Especial.
 
Além do presidente da Aprosoja Brasil, também se manifestaram contrários à aprovação da MP representantes da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos) e da Associação Brasileira da Indústria de Arroz (Abiarroz).
 
Mais informações: [email protected] / (61) 3551.1640
 

Fonte: Aprosoja Brasil


Assessoria Aprosoja Brasil

Contatos: Vinícius Tavares
55 61 3551.1640

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Agricultura

Aprosoja-MT acusa Moratória da Soja de cartel e pede investigação ao Cade

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) protocolou um pedido formal ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para investigar práticas comerciais das empresas signatárias da Moratória da Soja. A entidade argumenta que o pacto, firmado em 2006 para conter o desmatamento no bioma amazônico, transformou-se em um mecanismo de exclusão econômica que viola o princípio da livre concorrência e prejudica os produtores que seguem a legislação ambiental.

A principal queixa da Aprosoja-MT é que a Moratória extrapola o Código Florestal, que permite o uso de até 20% das áreas de floresta na Amazônia Legal para produção, desde que estejam devidamente licenciadas. No entanto, segundo a entidade, as tradings signatárias da moratória, que representam 90% do mercado, recusam-se a comprar soja cultivada nessas áreas legalmente abertas, adotando a política de “desmatamento zero”.

Lucas Costa Beber, presidente da Aprosoja-MT, critica o impacto econômico do acordo, que afeta diretamente 65 municípios e 2,7 milhões de hectares no Mato Grosso. “Quando desprezou o direito dos agricultores, a Moratória da Soja deixou de ser uma solução ambiental para se tornar um obstáculo ao progresso econômico de regiões inteiras”, afirmou Beber. A entidade calcula que as restrições resultam em perdas superiores a R$ 20 bilhões.

No pedido, a Aprosoja-MT sustenta que a Moratória configura um cartel de compra, no qual as tradings atuam de forma coordenada para limitar a comercialização da soja e controlar preços, ferindo a livre iniciativa e os princípios constitucionais da economia de mercado.

Sidney Pereira de Souza Jr., advogado da Aprosoja-MT, afirmou que a investigação pode comprovar a existência de um boicote coletivo. “Há indícios claros de uma atuação coordenada que restringe o mercado e prejudica milhares de agricultores, que têm o direito de ver sua produção reconhecida e comercializada de forma justa.”

A Moratória da Soja foi criada como um compromisso entre empresas, ONGs, governo e sociedade civil para evitar desmatamentos ilegais no bioma amazônico, impondo restrições à compra de grãos cultivados em áreas desmatadas após 22 de julho de 2008. Contudo, a Aprosoja-MT alega que o pacto impõe barreiras supralegais aos produtores que cumprem o Código Florestal, estabelecendo critérios adicionais que não têm respaldo na legislação brasileira.

A entidade ressalta que o Código Florestal, aprovado em 2012, já estabelece regras claras para a proteção ambiental e o uso da terra. “O acordo da moratória pune quem age dentro da legalidade, o que é inaceitável. Precisamos garantir que a legislação nacional seja respeitada, e não suplantada por critérios impostos unilateralmente”, disse Beber.

Leia Também: Setor sucroalcooleiro já moeu quase 620 milhões de toneladas nesta safra

 

Câmara dos Deputados e Senado já haviam solicitado ao Cade a abertura de uma investigação sobre o impacto da Moratória da Soja, apontando possíveis violações à livre concorrência. A Aprosoja-MT reforçou esses pedidos com novos dados técnicos e pareceres jurídicos, argumentando que o pacto compromete o desenvolvimento econômico das comunidades locais e prejudica o mercado nacional de soja.

Com o Mato Grosso ocupando posição de destaque na produção global de soja, a investigação do Cade pode ter amplas repercussões no setor, impactando não apenas o agronegócio brasileiro, mas também o comércio internacional de grãos.

Fonte: Pensar Agro

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